quarta-feira, 9 de abril de 2014

Artigos Científicos sobre e-cigs

 

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Sei que muitos que iniciam ficam cheios de dúvida sobre os cigarros eletrônicos. A mídia brasileira está tentando detonar os VPs, porém a mídia mundial está se rendendo e o principal é que o meio científico também.
Nas minhas pesquisas sobre artigos científicos sobre e-cigs, encontrei este systematic review, uma revisão sistemática nada mais é do que um compêndio sobre vários artigos publicados no meio científico; neste caso é um compêndio sobre 114 artigos de pesquisa sobre o e-cig.
O link para o abstract (resumo) está aqui:
http://taw.sagepub.com/content/early/2014/02/12/2042098614524430.abstract
Quem quiser ler o artigo inteiro de 21 páginas, vale a pena! basta se inscrever e baixar em pdf no link à direita do site.
Como eu sei que a maioria da galera é preguiçosa para ler artigos grandes e em inglês, traduzi o resumo que se encontra no blog da totally wicked.
Vale lembrar que o autor do compêndio se reuniu com o diretor da FDA em fevereiro deste ano para apresentar os resultados. Segue então conclusões dos estudos:

1.
E-cig é o terceiro método para parar o uso do tabaco, você não precisa mais sair ou morrer, agora você pode vaporar. Os cigarros eletrônicos são usados como um substituto à longo prazo do cigarro.

2.
A popularidade dos cigarros eletrônicos tem aumentado devido à sua capacidade de fornecer nicotina e imitar o comportamento de fumar.

3.
A nicotina não é uma substância cancerígena e tem mínimos efeitos colaterais à longo prazo sobre o corpo. A nicotina tem sido injustamente demonizada. Ela pode mesmo ser benéfica para alguns pacientes psiquiátricos. Overdose de nicotina é improvável.

4.
O perfil de segurança de cigarros é considerado um estudo em andamento, devido ao mercado em constante evolução .

5.
Níveis de TSNA (Tobacco-Specific N-nitrosaminas, consideradas cancerígenas) foram semelhantes aos encontrados nas NRT (Nicotine Replacement Therapy; métodos de substituição de nicotina).

6.
Há alguns problemas da dosagem da nicotina não ser exata, a margem de acerto das concentrações de nicotina nos juices é de 85 a 121%, mas não se acredita que seja prejudicial aos usuários.

7.
Contaminantes encontrados em e-cigs: Cigarros eletrônicos têm estruturas de metal, então haverá alguma contaminação, os níveis de níquel encontrados foram os mesmos encontrados em NRTs, e "o usuário médio estaria exposto a valores entre 4 e 40 vezes mais baixos que os níveis permitidos de metais em doses diárias encontrados na maioria de medicamentos”.

8.
A questão dos flavorizantes é uma área de preocupação: apesar de serem considerados seguros para a indústria de alimentos, não há estudos de longo prazo realizados sobre os efeitos do aquecimento e inalação desses aromas. Os modelos teóricos existentes apenas citam a ingestão.

9.
Líquidos com aromas de canela levantam algumas preocupações. Estudos citotóxicos foram feitos com e-líquidos e células-tronco, mas como os próprios autores citam, esta ciência é difícil de interpretar, pois nenhum vapor foi usado, apenas o líquido; há a suspeitas ainda de que foram usados concentrados, e não juices. Mesmo assim, a citotoxicidade foi 400 vezes mais baixo do que os níveis aprovados para uso.

10.
Não há nenhuma evidência de dano ao inalar propilenoglicol.

11.
Em comparação com cigarros de tabaco, os cigarros eletrônicos são muito menos prejudiciais.

12.
O risco de usar e-cigs não é tão grande quanto se pensa. Sim, houve explosões de baterias, como há com telefones celulares e laptops, mas esta é um problema de bateria, e não uma questão específica cigarro eletrônico.

13.
Das pessoas que estiveram no banco de dados de envenenamento na Califórnia, de 2010 a 2011, 35 no total apresentaram problemas devido a e-cigs, cinco dos quais foram parar na sala de emergência e todos receberam alta hospitalar dentro de 4 horas. A segurança é importante aqui e pode ser controlada com programas educativos .

14.
Formaldeído - sim ele estava lá, e nos mesmos níveis exalados na respiração normal.

15.
Não há o mínimo de risco para os transeuntes no vapor do e-cig exalado.

Sem contar que os autores encontraram um ganho de saúde considerável nas pessoas que abandonaram o cigarro e passaram a vaporar.
Bons vapores a todos!

por: efraccalvieri no forum papovaper

terça-feira, 1 de abril de 2014

OMS planeja regular cigarros eletrônicos sob regras do tabaco

DO "FINANCIAL TIMES"
DE SÃO PAULO

15/04/2014 02h58

A OMS (Organização Mundial da Saúde) planeja regulamentar os cigarros eletrônicos sob as mesmas regras do tabaco.

Documentos obtidos pelo "Financial Times" apontam que setores da OMS estão dispostos a classificar os dispositivos eletrônicos como tabaco e sob a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), um tratado da OMS que obriga os governos a cortar taxas de fumo.

As preocupações vão desde a falta de informações sobre o nível de nicotina dos cigarros eletrônicos ao medo de que o seu uso "reabilite" o tabaco e enfraqueça as leis antifumo.
"Cigarros eletrônicos podem resultar em uma nova epidemia de tabaco", diz Haik Nikogosian, que supervisiona a CQCT, numa reunião do grupo, de acordo com o documento obtida pelo "Financial Times".

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Os participantes da reunião, que incluiu representantes da OMS das seis regiões globais, disseram que os cigarros eletrônicos seriam considerados produtos de tabaco segundo a CQCT se eles contivessem nicotina feita a partir de folhas de tabaco.

Essa definição englobaria grande parte das fabricantes desse tipo de cigarro, a maioria dos quais produz nicotina líquida –aquecida e, então, inalada como vapor– de folhas de tabaco.

A medida faria os cigarros eletrônicos enfrentarem as mesmas proibições de publicidade, limites para o fumo em locais públicos e altos impostos que se aplicam aos cigarros normais, o que potencialmente frustraria o rápido crescimento do produto.

As vendas globais de cigarros eletrônicos explodiram de US$ 20 milhões, em 2008, para US$ 3 bilhões no último ano, de acordo com a consultoria Canaccord Genuity. Esse crescimento tem dividido ativistas: alguns veem os cigarros eletrônicos como uma salvação para fumantes e outros como uma arma a mais para a "epidemia do tabaco".

Um estudo publicado recentemente na revista científica "Jama", porém, apontou que os cigarros eletrônicos podem não ajudar as pessoas a parar de fumar.

Todos os grupos multinacionais de tabaco lançaram ou estão desenvolvendo cigarros eletrônicos.

A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco foi ratificada por quase todos os países do mundo. A FDA (agência que regula remédios nos EUA) já disse que planeja regular cigarros eletrônicos como produtos de tabaco.

Procurada, a OMS declarou que "a posição ainda não está finalizada".

No Brasil, a venda e a importação do cigarro eletrônico são proibidas, mas o uso do dispositivo é cada vez mais frequente. Sites vendem esse tipo de cigarro por cerca de R$ 200 –há modelos coloridos, com pedras brilhantes e estojos femininos, o que, segundo especialistas, pode ajudar a "glamorizar" novamente o tabagismo.

"Ainda não sabemos todos os malefícios que o produto pode causar. O ideal seria não usar nenhum cigarro, 'normal' ou eletrônico", diz Silvia Cury Ismael, psicóloga do HCor (Hospital do Coração) e coordenadora do programa de cuidado ao fumante.

Visite a reportagem original e muito mais em: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/04/1440785-oms-planeja-regular-cigarros-eletronicos-sob-regras-do-tabaco.shtml